quarta-feira, 19 de junho de 2013

Confiança, essa malandra.


A confiança é um bem caro hoje em dia. Não é qualquer um que confia (e sabe confiar) e é confiável. Talvez tenha uma perspectiva bastante Hobbesiana sobre o Homem e o estado de natureza. Mas com isto não quero dizer que concorde que devamos ser pessoas desconfiados, calculistas e irremediavelmente pragmáticas. Mas todo o cuidado é pouco quando lidamos com a nossa raça. E com certeza toda a gente já sentiu isso na pele e isso condicionou ou não pensamentos, ideias e atitudes à posteriori com os outros.
Seja em casa, no trabalho, com amigos, namorado, marido, família, uma relação sem confiança tem os dias contados. Acredito que é a base de qualquer relação e quando esta não existe ou então é quebrada todos os esforços serão em vão para tentar fazer com que as coisas resultem. Cícero dizia que a gratidão é mãe de todas as virtudes e eu, na minha humilde opinião, acho que a confiança é a mãe de qualquer tipo de relação e a que faz com que todos os outros elementos da relação existiam, coexistam e evoluam.
É incrível como muitas vezes conseguimos gerar confiança rapidamente com algumas pessoas e outras estamos uma vida inteira para a alcançar. Incrível ainda quando ousamos depositar a nossa confiança em alguém como se fosse um dos bens mais preciosos que temos (e provavelmente é) e quando essa confiança não é correspondida ou é corrompida nos sentimos nus, desiludidos, frustrados, tristes. No fundo faz tudo parte da nossa capacidade de gerir expectativas, e isto não é claramente uma capacidade que nasça connosco, aprende-se dizem. Uns mais cedo que outros, uns mais rápido, outros mais lentos mas custa a enraizar-se em nós. Acho que não é fácil para ninguém agir, confiar ou sequer viver sem criar expectativas. Todos criamos as nossas, umas mais pragmáticas, outras mais idealistas mas todos as temos, e muitas vezes a desilusão, frustração, desconfiança vem da nossa incapacidade de saber gerir expectativas.
Precisamos de confiar para viver de forma equilibrada. Confiar em nós (principalmente), na nossa família, namorado, marido, cão, gato, no nosso Trabalho e em quem trabalha connosco, e claro nos nossos amigos. Sem esta base qualquer relação se torna meio cizento-rato, fria, distante e acaba por se perder no tempo. É importante mantermos a cabeça e o coração com a janela aberta e os olhinhos também porque há muito boa gente que não quer ver/aceitar a realidade acreditando somente naquilo que criou na sua cabeçinha. Mesmo assim  acredito que vale a pena correr o risco de confiar e desiludir-me do que não confiar e viver na expectativa, mas isto sou eu.

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