sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Desemprego


Alguém me quer oferecer emprego? Gostava muito de trabalhar mas por favor senhores empregadores não ofereçam o ordenado mínimo porque eu e mais uns milhares de portugueses desempregados temos uma renda e contas para pagar e já agora também precisamos de nos alimentar.
Recentemente faço parte dos 15,7 % de desempregados deste país (últimos dados do Eurostat). Trabalho desde os 18 anos e é a primeira vez que fico literalmente desempregada. A minha história é mais uma no meio de tantas, infelizmente depara-mo-nos diariamente com pessoas que voluntária ou involuntariamente ficaram desempregadas.
Opções há quem diga que são muitas. Emigrar? não é uma opção para já, mais tarde quem sabe. Lojas, supermercados ou call centres? Talvez mentido nas habilitações académicas e profissionais. Porque existe uma real discriminação nas candidaturas em relação às habilitações académicas e profissionais o que dificulta ainda mais as coisas para quem quer realmente trabalhar.
Também está na moda montar o próprio negócio. Já pensei nisso, até tive uma boa e grande ideia mas quando me fui informar e fiz contas percebi que a  ideia era demasiado ambiciosa e seriam precisos alguns milhões que o Banco não me iria dar para por o projecto de pé. Precisaria de sócios investidores. A ideia fica na gaveta.
Infelizmente não me posso dar ao luxo de recusar nenhum emprego nem afirmar como muita gente (e que tem a sua razão) que não andou a tirar um curso superior para trabalhar numa loja ou algo do género. Também não tenho um namorado que me possa sustentar nem pais que me possam ajudar, infelizmente.
Fico com um nó na garganta por saber que há famílias que estão a passar grandes dificuldades, crianças e jovens que estão a crescer com muitas limitações principalmente ao nível da alimentação e educação. Famílias monoparentais que estão sobreendividadas, casais que mesmo ambos trabalhando não conseguem fazer face aos encargos. Pessoas reais que mesmo com vidas complicadas conseguem sorrir, ter esperança e amor para dar.
Neste momento resta-me arregaçar as mangas, ter perseverança e confiança. Não há mal que dure para sempre e quem muito procura acaba por achar, dizem os ditados populares. Até lá se me quiserem dar algumas dicas de gestão do orçamento familiar, agradeço.

Creio que depois desta experiência vou pedir numa conhecida universidade o diploma de mestrado em gestão. Eu e mais uns milhares de portugueses que são uns verdadeiros heróis.


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