terça-feira, 16 de abril de 2013

Perspectivas quadradas #3


Confesso que partilhamos de um mal comum - não somos pessoas consensuais, aliás nunca fomos desde miúdos. Com isto quero dizer que não somos daquele tipo de pessoas e, neste caso, casalinho que toda a gente adora. Isso é bom e mau, como tudo. Ou nos adoram ou detestam, é um facto.
A parte boa é que os nossos verdadeiros amigos nos conhecem bem e gostam de nós pelo que somos, por aquilo em que acreditamos, transmitimos e como actuamos. Não nos rotulam pelo aspecto, dinheiro, ideologia, erros ou opções. Infelizmente já nos deparámos com pessoas assim a quem chegámos a chamar amigos. Mas de facto o tempo encarrega-se de nos mostrar quem realmente vale a pena na nossa vida...
Não somos daquele tipo de casal que aceita e concorda com tudo, que prefere passar despercebido e que tem receio de mostrar emoções e emitir opiniões. Gostamos de falar, de discutir, abraçar, rir alto, ás vezes extravasar e valorizamos (se calhar em demasia) a sinceridade e lealdade das pessoas que nos rodeiam. Exigimos aquilo que damos. Mas a verdade é que aprendemos a não criar expectativas demasiado altas em relação ás pessoas. Aprendemos que não podemos exigir que os outros sejam como nós.
Acreditamos que a amizade requer paciência, tolerância, respeito pelas diferenças, lealdade e sinceridade. Não sabemos lidar com pessoas que definem a amizade pelo estatuto social, imagem, interesse e coisas do género. Não acreditamos no politicamente correcto como desculpa para a falta de sinceridade e não nos relacionamos com pessoas que rotulam os outros pelo passado e passam por cima de tudo e de todos por ser belo prazer.
O erro, a desilusão, a ausência e as chatices fazem parte da amizade. Nós já errámos, voltaremos a errar e também já erram connosco e com certeza irão errar. Faz parte. Mas acreditamos que quando a base que une as pessoas é maior do que aquilo que as separa tudo se acaba por compor mais tarde ou mais cedo. Já tivemos provas disso!
No fundo gostamos de pessoas autênticas, que não têm receio das emoções, pessoas simples e de boa conversa, de riso fácil e abraço apertado. Pessoas que nos permitem sermos quem somos e nos tornam pessoas melhores, pessoas que dão sentido à nossa vida e estão sempre genuinamente dispostas a ajudar. Pessoas que sabem como nos chamar à razão e apoiar quando falhamos. Pessoas essas que são os nossos amigos, para quem abrimos (mais recentemente) as portas da nossa casa mas que já moram há muito tempo no nosso coração. Amigos que estão connosco há 10 anos, 5 anos, 1 ano e até à menos tempo. Por mais que não possamos passar o tempo que desejávamos com todos sabemos que quando é necessário não faltam à chamada. Obrigada.

1 comentário:

  1. As verdades são isso mesmo verdade e nem toda a gente sabe ou gosta de lidar com elas.

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